domingo, agosto 23, 2009
POEMAS REAPRESENTADOS
HÁ POEMAS
Há poemas que nunca deveriam ter sido escritos,
Ou foram feitos sob certas circunstâncias
Que o autor não estava necessariamente
De mal com a vida ou de bem com os mais ricos.
E isto tudo é dito sem temor do tribunal do júri,
Há nazistas ainda soltos por aí, talvez senadores,
Alguns escassos professores, enfim uma certa gente
Que se traveste perfeitamente de uma certa gente.
Porém, deixa estar, pior não há de ficar,
Tudo vai acabar mesmo numa bomba nuclear.
Mas hoje é sexta-feira e é dia de, vá lá, procriar...
E ASSIM...
E assim ficamos,
Fornicamos.
E assim ficamos.
E a hiena, quando disso lembrava,
Gemia, desfalecia, morria de rir
De sua selvageria.
TENTAÇÃO
Quanto hipócrita não entende a tentação
De enunciar um palavrão.
Arderá a boca
Ou outra coisa
Que há tanto não arde,
Talvez seja tarde,
Velho mundo devasso,
Ontem, pedra lascada, hoje, o virtual quer dispensar o aço.
Mas quanta perda de tempo e falta de seriedade!
Temos ainda assassinato, estupro e corrupção,
Embora disso sempre se fale
E pouco se condene, oh não!
Sabe como é, indecente não é roubar de terno alinhado,
Matar milhares com um golpe de teclado,
Rápido assim:
Transfira para minha conta, sim,
E um ‘Ok’ robotizado...
GRANDES MANDANTES
E temos na fotografia
Dos grandes mandantes,
Por detrás de toda solenidade, pompa e circunstância,
A mais triunfante jactância
(E os jovens limitados ao diário,
Procuram, quando procuram, o dicionário)
Dos velhos sectários.
A foto é para ser jovial, embora de leprosários,
Que nos comandam, que nos monarquizam,
Republicanos da miséria que socializam.
Alguns eleitos, mas quem os financiou?
Outros escolhidos, mas quem os perpetuou?
Uns poucos herdados, são eles os hereditários?
E aqui nos governam e nos comandam,
Mas se acredita no lado de lá, em céu é inferno.
Todavia, o paraíso que reinam, que vegetam,
Está na terra mesmo do Tolo Eterno.
Desculpa Zeus e seus arcanos,
Mas nem os deuses seriam tão tiranos.
(Matheus Fontella)
HÁ POEMAS
Há poemas que nunca deveriam ter sido escritos,
Ou foram feitos sob certas circunstâncias
Que o autor não estava necessariamente
De mal com a vida ou de bem com os mais ricos.
E isto tudo é dito sem temor do tribunal do júri,
Há nazistas ainda soltos por aí, talvez senadores,
Alguns escassos professores, enfim uma certa gente
Que se traveste perfeitamente de uma certa gente.
Porém, deixa estar, pior não há de ficar,
Tudo vai acabar mesmo numa bomba nuclear.
Mas hoje é sexta-feira e é dia de, vá lá, procriar...
E ASSIM...
E assim ficamos,
Fornicamos.
E assim ficamos.
E a hiena, quando disso lembrava,
Gemia, desfalecia, morria de rir
De sua selvageria.
TENTAÇÃO
Quanto hipócrita não entende a tentação
De enunciar um palavrão.
Arderá a boca
Ou outra coisa
Que há tanto não arde,
Talvez seja tarde,
Velho mundo devasso,
Ontem, pedra lascada, hoje, o virtual quer dispensar o aço.
Mas quanta perda de tempo e falta de seriedade!
Temos ainda assassinato, estupro e corrupção,
Embora disso sempre se fale
E pouco se condene, oh não!
Sabe como é, indecente não é roubar de terno alinhado,
Matar milhares com um golpe de teclado,
Rápido assim:
Transfira para minha conta, sim,
E um ‘Ok’ robotizado...
GRANDES MANDANTES
E temos na fotografia
Dos grandes mandantes,
Por detrás de toda solenidade, pompa e circunstância,
A mais triunfante jactância
(E os jovens limitados ao diário,
Procuram, quando procuram, o dicionário)
Dos velhos sectários.
A foto é para ser jovial, embora de leprosários,
Que nos comandam, que nos monarquizam,
Republicanos da miséria que socializam.
Alguns eleitos, mas quem os financiou?
Outros escolhidos, mas quem os perpetuou?
Uns poucos herdados, são eles os hereditários?
E aqui nos governam e nos comandam,
Mas se acredita no lado de lá, em céu é inferno.
Todavia, o paraíso que reinam, que vegetam,
Está na terra mesmo do Tolo Eterno.
Desculpa Zeus e seus arcanos,
Mas nem os deuses seriam tão tiranos.
(Matheus Fontella)
POEMAS
Alta fidelidade
A alma torturada.
A alma torturada.
A alma torturada, sim,
Cantava
Uma babaca,
Velha adolescente,
Voz de anjo
Para um novo remake.
Porrilhões de acessos em um dia,
Euros & dólares.
Não tem um dia sequer
Que os trouxas não façam turnê.
Prazo de titulação
Quer subir neste Brasil?
Vá de escada, não pelo elevador.
Banque o maior puxa-saco
E lento, mas seguro, ouvirá ‘doutor’.
E-mail de 1909
E penso em ti a cada momento,
Totalmente cioso, pleno de zelo,
Não falo de filho, não o tenho,
Apenas enalteço o desprezo.
O desprezo de certa mulher,
Noite só, de sábado com sal,
Longe da costa, sem escaler,
Ah, o que é tudo isto afinal?
Velha pergunta, de queixa
Travestida, uma boquirrota!
Por favor, agora, de gueixa
Não se vista, tola garota...
Deixai-me, torpor digital,
A vida não sente o calor
Nem o frio, é tudo areial
E vazio, é gelo e vapor!
Conversa fiada de desamor.
Maturação
Já tinha uns 50.
Viu na Internet
Aquela revista
Que dava vergonha
Quando tinha 30!
Minha
Te guardo ainda
Com o mesmo afeto
De um chiclete grudado
Na sola do sapato.
Folga
Concedi descanso ao celular.
Ao adorado computador
E suas mensagens e bookfaces...
Concedi folga até para o carro
Que vou comprar mês que vem,
Logo depois desse engarrafamento.
Então, finalmente, poderei trabalhar.
Hipocrisia
É o espelho
Que os falsos,
Moralistas
E medíocres
Mais distribuem.
Espelhos enviesados.
Opacos.
Partidos
E que devem partir.
(Matheus Fontella)
Alta fidelidade
A alma torturada.
A alma torturada.
A alma torturada, sim,
Cantava
Uma babaca,
Velha adolescente,
Voz de anjo
Para um novo remake.
Porrilhões de acessos em um dia,
Euros & dólares.
Não tem um dia sequer
Que os trouxas não façam turnê.
Prazo de titulação
Quer subir neste Brasil?
Vá de escada, não pelo elevador.
Banque o maior puxa-saco
E lento, mas seguro, ouvirá ‘doutor’.
E-mail de 1909
E penso em ti a cada momento,
Totalmente cioso, pleno de zelo,
Não falo de filho, não o tenho,
Apenas enalteço o desprezo.
O desprezo de certa mulher,
Noite só, de sábado com sal,
Longe da costa, sem escaler,
Ah, o que é tudo isto afinal?
Velha pergunta, de queixa
Travestida, uma boquirrota!
Por favor, agora, de gueixa
Não se vista, tola garota...
Deixai-me, torpor digital,
A vida não sente o calor
Nem o frio, é tudo areial
E vazio, é gelo e vapor!
Conversa fiada de desamor.
Maturação
Já tinha uns 50.
Viu na Internet
Aquela revista
Que dava vergonha
Quando tinha 30!
Minha
Te guardo ainda
Com o mesmo afeto
De um chiclete grudado
Na sola do sapato.
Folga
Concedi descanso ao celular.
Ao adorado computador
E suas mensagens e bookfaces...
Concedi folga até para o carro
Que vou comprar mês que vem,
Logo depois desse engarrafamento.
Então, finalmente, poderei trabalhar.
Hipocrisia
É o espelho
Que os falsos,
Moralistas
E medíocres
Mais distribuem.
Espelhos enviesados.
Opacos.
Partidos
E que devem partir.
(Matheus Fontella)