sexta-feira, outubro 27, 2006

 
VIVA EL MEXICO!!!!

Modelo desfila coleção do estilista Mossimo na semana da moda da Cidade do México. Reprodução AFP.

 
IRA

Na foto da AFP, bombeiros tentam apagar fogo ateado a carros na cidade francesa de Loos, no aniversário de um ano dos confrontos de rua. Ônibus também foram queimados próximo a Paris.

 
IDA

Sempre dedicada, embora aviltada e ofendida.
Hoje, ela foi demitida.
Ficou, é claro, deprimida.
Se imaginou louca, suicida.
Pensou em sua casa após a saída
Da empresa, essa que era sua vida,
Agora meio morta, meio perdida.
Tinha algum trocado, pegou táxi, deu a partida
O carro, tal como seu orgulho e sua querida
Rotina de papéis e de batida
De ponto, mas tudo muda com o soco na mesa mais temida,
A do chefe, que um dia, enfim, triunfaria: “despedida!”
Já no lar, ela que se chama Ida,
Pegou no colo o filho pequeno, ela que é ‘pãe’ e ‘marida’,
Beijou-o com uma lágrima contida,
Pensou, falsamente decidida,
Que superaria essa situação indefinida:
Hoje, amanhã e depois com que guarida?
Por sorte, tinha o seguro, o fundo, mas ficou contraída
Quando lembrou que tudo acaba diante de seu destino já de envelhecida
Mulher de 30 e poucos anos, sofrida, sofrida,
O ex sempre ausente, presente só na bebida
Ou nalguma cama prostituída.
E assim passaram três anos e ela continuou sendo aquela Ida
Levada pelo esforço de uma vida diminuída,
Porém, ainda com a esperança, por teimosia, não ida,
De, no Amanhã, ser formalmente readmitida.

(Matheus Fontella)

 
O DIA 29 E O QUE NÃO PODEMOS ESQUECER...

Nesta data, 27 de outubro, em 1978, a União é responsabilizada, por decisão da Justiça Federal, pela tortura e morte do jornalista, da TV Cultura paulista, Vladimir Herzog, ocorrida em outubro de 1975, no infame Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo. A primeira versão divulgada pelos círculos militares, todos ataulmente sabem disso, é de que Herzog havia se suicidado. O resultado da condenação foi devido a um forte mal-estar generalizado na sociedade brasileira em relação às perseguições da ditadura militar contra militantes políticos, em todo o Brasil, após a expressiva vitória do MDB nas 'eleições' de 1974. Tais práticas torpes foram admitidas pelo general-presidente da República Ernesto Geisel, também em outubro, neste mesmo dia, mas antes, em 1976.

Moral da história: no domingo agora, dia 29, não importa qualquer resultado, votando ou não votando, lembre-se: a democracia, às vezes, e sobretudo no Brasil, país de jovem governança sem autoritarismo de Estado, pode não ser o melhor regime para escolher, porém é o melhor para se fiscalizar e punir maus governantes, havendo manifestações relativamente livres de opinião acerca deles. Não se esqueça: muita gente tem seqüelas ainda hoje ou morreu batalhando por isso. E para lembrar, de uma maneira menos sinistra, todavia contudente, o quão estupídos foram os 21 anos de regime militar no Brasil, (re)lembre isto:

No final dos anos 1960, censores buscaram, em São Paulo, o dramaturgo de uma peça teatral apontada como subversiva. O autor? Um tal de grego chamado Sófocles!

Dom Hélder Câmara, famoso religioso católico brasileiro e denunciador das atrocidades do regime militar, ao ser aborbado pelo Exército e indagado "onde estava?", respondeu: estou em todos os lugares, com o Pai, o Filho e o Espírito Santo!

Ferreira Gullar, poeta, crítico de arte e gênio da raça, teve sua casa revirada, sob o olhar dos filhos, no Rio de Janeiro, e antes de ir em cana, junto com mulher, conseguiu pedir aos astutos policiais do regime se poderia tomar um copo de leite. 'Pode' foi o que ouviu. E então no congelador da geladeira escondeu sua agenda com diversos nomes e endereços de parceiros anti-autoritarismo.

E, para fechar, a crônica mais surreal: o jornalista Paulo Francis (Waaaaaaalllll), sim, aquele mesmo, à época no Pasquim, depois de sair do xadrez, declarou que a pior tortura que sofreu foi a de um carcereiro que ouvia no rádio Wanderléa o dia inteiro!

 
O VERDADEIRO 'EL DORADO'

O topázio brasileiro 'El Dorado', considerado o maior do mundo, é exibido em Málaga, na Espanha. Achado em 1984, tem 31 mil quilates (aproximadamente 6,2 quilos) e valor incalculável, conforme especialistas. Reprodução da agência EFE.

 
LEMAS

"No domingo, Vota Brasil. Na segunda, Foge Brasil".

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