sexta-feira, abril 28, 2006

 
A BELEZA NO AUGE

Sentada no banco do fim da tarde,
A timidez desenhava uma dessas cenas
Que, de parecerem extintas, evocam nostalgia...
Um cão errante e sem alarde
Passou em frente ao quadro raro,
Esse em que os protagonistas
Não possuíam mais cores no rosto e nas mãos
A não ser aqueles tons de medo e desejo,
Não possuíam mais temores nos olhos,
Não mais do que aqueles gostos de vidraça e machado,
Não possuíam, enfim, os protagonistas
A tarde, o banco, os pés, o cão, nenhum resquício de chão...
Possuíam eles apenas umas poucas palavras
Remetendo a uma outra realidade
Em que a vida não se indaga,
Já que a Beleza está no Auge.

E as árvores comentaram um certa paixão.

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