quarta-feira, novembro 08, 2006
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Em foto da Reuters, George W. Bush após conceder entrevista coletiva sobre o resultado das eleições para o legislativo americano, com a fragorosa derrota de seu partido, o Republicano.
PENSAMENTO DO DIA:
"Sou uma devastação inteligente. / Com malmequeres fabulosos. / Ouro por cima. / A madrugada ou a noite triste tocadas / em trompete. Sou / alguma coisa audível, sensível. / Um movimento. / Cadeira congeminando-se na bacia, / feita o sentar-se. / Ou flores bebendo a jarra. / O silêncio estrutural das flores. / E a mesa por baixo. / A sonhar" (versos de Herberto Helder, poeta português).
"Sou uma devastação inteligente. / Com malmequeres fabulosos. / Ouro por cima. / A madrugada ou a noite triste tocadas / em trompete. Sou / alguma coisa audível, sensível. / Um movimento. / Cadeira congeminando-se na bacia, / feita o sentar-se. / Ou flores bebendo a jarra. / O silêncio estrutural das flores. / E a mesa por baixo. / A sonhar" (versos de Herberto Helder, poeta português).
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Imagem do telescópio Hubble mostra constelação de Órion, rodeada por discos de pó e gases. Órion, na mitologia grega, é um gigante caçador, filho de Netuno. Morto, em acidente, por sua amada, Diana, irmã de Apolo, Órion foi posto pela deusa entre as estrelas.
CONSOLO PARA UMA AMIGA
Depois que o Amor cansa,
Cansa de ser ingênuo, idiota
(Se acalme, não é censura),
Que o ressentimento traveste
A solidão em moeda corrente
(Não se estresse, não é cantilena),
E o Espelho fica estendido no chão,
De quatro, mas debaixo do sofá
(Sossegue, não é desatino),
E o lençol perde substantivo,
E a mesa posta sem adjetivo
(Relaxe, não é desespero)
E as paredes perdem parêntesis
E as ruas, de início, parecem interrogar,
Repouse, não é o Amor que cansa.
(Matheus Fontella)
Depois que o Amor cansa,
Cansa de ser ingênuo, idiota
(Se acalme, não é censura),
Que o ressentimento traveste
A solidão em moeda corrente
(Não se estresse, não é cantilena),
E o Espelho fica estendido no chão,
De quatro, mas debaixo do sofá
(Sossegue, não é desatino),
E o lençol perde substantivo,
E a mesa posta sem adjetivo
(Relaxe, não é desespero)
E as paredes perdem parêntesis
E as ruas, de início, parecem interrogar,
Repouse, não é o Amor que cansa.
(Matheus Fontella)