terça-feira, maio 22, 2007
TODOS ESSES DIAS LONGE DE TI
Ando tentando não me deixar cair
Nas promessas do céu,
Embora a mentira
Me tente em todos esses dias
Longe de Ti.
Que dura é a vida, Pai,
Até mesmo no que ela tem de delícia,
Não posso negar
Que mesmo o inferno tem na mão
Uma carícia...
Os prazeres e os sonhos
Em que deposito a minha fé
Me trazem uma mulher,
Me fazem alguns amigos,
Mas a incerteza está de pé...
Ando tentando não me deixar cair
Nas preces do mercado, santo mercado,
Só que o dinheiro faz na ausência
Dos lugares onde não fomos juntos
A tua lembrança e o meu remorso e o meu desagrado.
Que pura é a vida, Pai,
Pura de terror, corrupção e cocaína,
Pura de algozes e medíocres,
Pura do trabalho quase anônimo que fazias
Em teus balancetes, em tuas contábeis esquinas.
Ah, o Pai contador
De histórias e cifras alheias,
Umas trazendo o sol para as bocas,
Outras prestando contas às putas do fisco,
Os célebres leões de Brasília.
E ando tentando, Pai, não me deixar cair
Nas oferendas das vitrines,
Deixo isso para os ditadores
Da moda, da religião e do senado,
Essas coisas todas que tu detestavas.
E ando tentando, Pai,
Não me deixar cair nesse suicídio
De imaginar
Que este mundo nunca mereceu
A tua vida.
(Matheus Fontella, 13-IX-2002)
Ando tentando não me deixar cair
Nas promessas do céu,
Embora a mentira
Me tente em todos esses dias
Longe de Ti.
Que dura é a vida, Pai,
Até mesmo no que ela tem de delícia,
Não posso negar
Que mesmo o inferno tem na mão
Uma carícia...
Os prazeres e os sonhos
Em que deposito a minha fé
Me trazem uma mulher,
Me fazem alguns amigos,
Mas a incerteza está de pé...
Ando tentando não me deixar cair
Nas preces do mercado, santo mercado,
Só que o dinheiro faz na ausência
Dos lugares onde não fomos juntos
A tua lembrança e o meu remorso e o meu desagrado.
Que pura é a vida, Pai,
Pura de terror, corrupção e cocaína,
Pura de algozes e medíocres,
Pura do trabalho quase anônimo que fazias
Em teus balancetes, em tuas contábeis esquinas.
Ah, o Pai contador
De histórias e cifras alheias,
Umas trazendo o sol para as bocas,
Outras prestando contas às putas do fisco,
Os célebres leões de Brasília.
E ando tentando, Pai, não me deixar cair
Nas oferendas das vitrines,
Deixo isso para os ditadores
Da moda, da religião e do senado,
Essas coisas todas que tu detestavas.
E ando tentando, Pai,
Não me deixar cair nesse suicídio
De imaginar
Que este mundo nunca mereceu
A tua vida.
(Matheus Fontella, 13-IX-2002)