quarta-feira, março 28, 2007
MUDANÇAS
Ventre, céu de loteria, mar de argenta.
Cenário de cinema, quase Sicília ou França.
Mas de que valem a hora e a lembrança?
Aquela tarde nesta outra já não venta.
Litoral aos pés, brasa sonolenta.
Barco sem raízes, alguma ave dança.
Mas de que valem o destino e a esperança?
Um sol engravida a noite e não se sustenta.
O ritmo da pedra é livre, o feto da agonia prende:
A dor é falésia que a maré ofende:
Nas cascas do silêncio, nove saturnos mugem.
A vigília desfaz a rede, o espelho amanhece:
O passado veraneia, da prancha escarnece:
Onde amor rebanhava surfe, expele-se ferrugem.
(Matheus Fontella)
Ventre, céu de loteria, mar de argenta.
Cenário de cinema, quase Sicília ou França.
Mas de que valem a hora e a lembrança?
Aquela tarde nesta outra já não venta.
Litoral aos pés, brasa sonolenta.
Barco sem raízes, alguma ave dança.
Mas de que valem o destino e a esperança?
Um sol engravida a noite e não se sustenta.
O ritmo da pedra é livre, o feto da agonia prende:
A dor é falésia que a maré ofende:
Nas cascas do silêncio, nove saturnos mugem.
A vigília desfaz a rede, o espelho amanhece:
O passado veraneia, da prancha escarnece:
Onde amor rebanhava surfe, expele-se ferrugem.
(Matheus Fontella)