segunda-feira, janeiro 29, 2007

 
SÃO BORJA, 1987

Não é mais corpo, mas ainda respira.
Lembro que havia dias de colégio.
E aquele nome, tão perto, tão longe.

Da vida, pouco sabia, lições decoradas,
Três, quatro músicas e o Ideal, sim, o Ideal:
Aquele nome, sim, tão perto, tão longe,
Passava em frente onde ela morava
Mesmo quando não era caminho
E nunca era caminho, apenas o caminho
A pé e com um coração ainda sem entender
O sexo, o cheque especial, a vida mesmo,
A vida para além do boletim & do sonho.

Naquela época e ainda agora
Só a planície do rio Uruguai não admite
Meio-termos, platonismos e outras baboseiras:
Ou é geada ou é mormaço.
Porém, naquela época e ainda agora,
Aquele nome fica tão perto e vai tão longe.
Não é mais corpo (e nunca foi).
Mas ainda respira (porque ficou).

Naquela época se chamava Bárbara
E ainda agora se casou.

(Matheus Fontella)

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