quinta-feira, novembro 09, 2006

 
VITRAIS CRESCENTES

Compor o Amor como quem pinta com vidros,/
Conciliar a luz de uma delicadeza transparente/
Com a contenção cinza e negra do chumbo;/
Conceber figuras de Anjos como demônios pecando;

Conhecer porções de Ser do amado mosaico,
Cessar cada cansaço nas várias conquistas
Cotidianas, cada vez que se criam celestes
Convites de comunhão, hóstias de carne...

E cresce a candura das horas em comum,
Candidamente quentes, cerzidas
Com as chagas dos compromissos chamando...

E comprova-se, enfim, a composição de coisa viva,
Contudo, Amor se complementa, não se completa,
Céu contínuo de vidro, chumbo constante...

(Matheus Fontella)

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