sexta-feira, setembro 15, 2006
POEMAS DE BRASÍLIA...
Na seqüência, sete poemas nada elogiosos para aqueles que nos olhando de Brasília, quando nos olham, não nos olham...
AS FLORES DO MAL
I
No Cerrado
Brotou
Retorcido
O Concreto
Armado
De uma Flor
Corrupta.
II
Na órbita baixa
Das periferias
O Descaso
Com os satélites.
Indiferença
Sideral
Floresce.
Violência!
CASTAS
Os que movem um país
Nunca aparecem
Nas manchetes.
OLIMPO
Deuses sofistas
Convertem pedidos
E lançam caprichos.
CONVERSÃO
- Brigado, senhor!
Por rezar a cartilha
O pobre-diabo recebeu
Do todo-poderoso
Uma promessa.
ÂNGELUS
Pisei
No palácio
Do governo
E lá
Não sei se pisei
No cocô
Ou na realidade,
O que dá na mesma.
A ocorrência do fato
Foi perto do meio-dia
De uma sexta-feira
Eternamente
Não-pública.
Naquela data, abandonei o coro dos anjos.
POLÍTICA
Eu sonho com um novo mundo.
Um mundo de segredo e ternura.
Eu sonho com um novo reino.
Um reino de vinho e a cura.
Mas eu sonho com a indústria
Onde o robô trabalhe
E o operário receba.
Mas eu sonho com o campo
Onde a terra brote
E a mulher floresça.
Eu sonho. Eu luto. Eu faço.
Eu pétala, sem frescura.
Eu corpo sujo, quase de alma pura.
Eu aço, rindo um pouco do cansaço.
Eu voto, mas dispenso o abraço.
PERIFERIA
Morto com três tiros na cabeça,
Assinalado dos Santos
Não encontrou o sonho,
Não encontrou a jazida.
Apareceu boiando
Num rio de mercúrio
À margem do social.
(Matheus Fontella)
Na seqüência, sete poemas nada elogiosos para aqueles que nos olhando de Brasília, quando nos olham, não nos olham...
AS FLORES DO MAL
I
No Cerrado
Brotou
Retorcido
O Concreto
Armado
De uma Flor
Corrupta.
II
Na órbita baixa
Das periferias
O Descaso
Com os satélites.
Indiferença
Sideral
Floresce.
Violência!
CASTAS
Os que movem um país
Nunca aparecem
Nas manchetes.
OLIMPO
Deuses sofistas
Convertem pedidos
E lançam caprichos.
CONVERSÃO
- Brigado, senhor!
Por rezar a cartilha
O pobre-diabo recebeu
Do todo-poderoso
Uma promessa.
ÂNGELUS
Pisei
No palácio
Do governo
E lá
Não sei se pisei
No cocô
Ou na realidade,
O que dá na mesma.
A ocorrência do fato
Foi perto do meio-dia
De uma sexta-feira
Eternamente
Não-pública.
Naquela data, abandonei o coro dos anjos.
POLÍTICA
Eu sonho com um novo mundo.
Um mundo de segredo e ternura.
Eu sonho com um novo reino.
Um reino de vinho e a cura.
Mas eu sonho com a indústria
Onde o robô trabalhe
E o operário receba.
Mas eu sonho com o campo
Onde a terra brote
E a mulher floresça.
Eu sonho. Eu luto. Eu faço.
Eu pétala, sem frescura.
Eu corpo sujo, quase de alma pura.
Eu aço, rindo um pouco do cansaço.
Eu voto, mas dispenso o abraço.
PERIFERIA
Morto com três tiros na cabeça,
Assinalado dos Santos
Não encontrou o sonho,
Não encontrou a jazida.
Apareceu boiando
Num rio de mercúrio
À margem do social.
(Matheus Fontella)