sexta-feira, julho 14, 2006
A COMMEDIA DELL'ARTE DE TODO DIA
Primeiros dias de campanha eleitoral e pouco (melhor dizendo, nada) muda no Brasil. Muitos discursos, idéias e rara (há?) a indicação concreta do que se pode fazer para erradicar barbáries e misérias como as que continuam ocorrendo em São Paulo. E há a crise agrícola. E há a crise da previdência. E há a crise de valores (o povo gosta da vilã de novela Bia Falcão, acredita que não será punido o deputado ladrão e só reclama da Seleção). Bah, essa é a nossa rotineira, porque secular Commedia Dell'Arte, uma ópera-bufa de péssimo gosto, em que os Arlequins (ilustração), espertos e trapaceiros como o personagem dos antigos burgos italianos, dizem que nos governam, como a dupla mal-afinada Lula & Lembo, entre tantas outras bizarras. Enquanto isso, a maioria dos Pierrots, idealizadores, aguardava, em vão, o retorno de... Felipão... nosso Dom Sebastião... que renovaria - o que realmente importa! - a Seleção. Mas não vamos nos condenar, é o que nos resta, nós que não somos amigos do Rei, o dos gabinetes, dos campos, das bocas, das esquinas logo ali, num eterno carnaval:
Amigos do Rei
Nós somos do bloco
Amigos do Rei.
Estar sempre por cima
Nossa única lei.
Todo dia carnaval
Poderia ser assim,
Mas quem bajula,
Bajula sem ter fim.
Grande desfile
Pelos bastidores.
O Rei não amamos:
Somos seus amores.
E atrás das portas,
E ao pé da escada,
Em tudo a escuta,
No riso a risada.
E o Rei dá o ritmo,
É quem dita o passo,
Sambar o seu samba
Nosso desembaraço.
Nós somos do bloco
Amigos do Rei.
Estar sempre por cima
Nossa única lei.
(Matheus Fontella)
Primeiros dias de campanha eleitoral e pouco (melhor dizendo, nada) muda no Brasil. Muitos discursos, idéias e rara (há?) a indicação concreta do que se pode fazer para erradicar barbáries e misérias como as que continuam ocorrendo em São Paulo. E há a crise agrícola. E há a crise da previdência. E há a crise de valores (o povo gosta da vilã de novela Bia Falcão, acredita que não será punido o deputado ladrão e só reclama da Seleção). Bah, essa é a nossa rotineira, porque secular Commedia Dell'Arte, uma ópera-bufa de péssimo gosto, em que os Arlequins (ilustração), espertos e trapaceiros como o personagem dos antigos burgos italianos, dizem que nos governam, como a dupla mal-afinada Lula & Lembo, entre tantas outras bizarras. Enquanto isso, a maioria dos Pierrots, idealizadores, aguardava, em vão, o retorno de... Felipão... nosso Dom Sebastião... que renovaria - o que realmente importa! - a Seleção. Mas não vamos nos condenar, é o que nos resta, nós que não somos amigos do Rei, o dos gabinetes, dos campos, das bocas, das esquinas logo ali, num eterno carnaval:
Amigos do Rei
Nós somos do bloco
Amigos do Rei.
Estar sempre por cima
Nossa única lei.
Todo dia carnaval
Poderia ser assim,
Mas quem bajula,
Bajula sem ter fim.
Grande desfile
Pelos bastidores.
O Rei não amamos:
Somos seus amores.
E atrás das portas,
E ao pé da escada,
Em tudo a escuta,
No riso a risada.
E o Rei dá o ritmo,
É quem dita o passo,
Sambar o seu samba
Nosso desembaraço.
Nós somos do bloco
Amigos do Rei.
Estar sempre por cima
Nossa única lei.
(Matheus Fontella)