quarta-feira, março 22, 2006

 

POESIA DE SEMPRE II (PESSANHA E O NOSSO MUNDO LÍQUIDO)

Para não parecer uma lista solta (e feita com um certo pedantismo), esta postagem complementa uma outra sobre grandes obras poéticas, detalhando-as. Quando se diz que Fernando Pessoa é um grande poeta português, isso já soa como redundância - houve até época em Portugal que se reclamava "tanto Pessoa, até enjoa"... É o preço de ser genial, logo ele que foi tão pouco admirado em vida... Mas aqui no Pasárgada Virtual, apontou-se Camilo Pessanha (foto), autor de Clepsydra (um relógio de água, igual a um que eu lembro de ter visto uma vez no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre).

Quem é esse, indaga-se talvez a maioria? Bem, o próprio Pessoa e seu amigo Sá-Carneiro o chamavam de "mestre", isso lá por 1910, 15 (e acho modestamente que continua valendo o rótulo). Um dos autores mais musicais de todos os tempos, foi um pioneiro também em uso de técnicas que lembram desde os cortes num filme até música psicodélica, num ritmo de vertigem. A alusão a líquidos, água, já presente no título, é um lance bem atual também, basta lembrar o que classifica um sociólogo como Zygmunt Bauman: vivemos (em 2006) na modernidade líquida, permeada pela falta de vínculos mais fortes, sólidos, seja no trabalho, seja no amor, ou na própria identidade pessoal...

Well, tem um site, entre o razoável e o bem interessante, que traz um pouco mais de informações, textos e fotos sobre autores portugueses & Portugal, conhecido como Projecto Vercial. O acesso está em: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/programas.htm

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